Resenha: As Aventuras de Huckleberry Finn - Mark Twain


Título: As Aventuras de Huckleberry Finn
Título original: The adventures of Huckleberry Finn

Autor: Mark Twain
Tradutor: Rosaura Eichenberg
Páginas: 320

Quando criança, você subia em árvores? Corria depois de apertar campainhas e jogar pedras em cachorros? Era mentiroso? Sua mãe sempre gritava para você parar de fazer alguma coisa? Sim? Não? Independente da resposta, eu conheço um carinha que era muito pior que você, seu nome é Huck Finn e você pode acompanhar todas as suas aventuras escrita por Mark Twain no livro As Aventuras de Huckleberry Finn, de 1884.


Eu li quando tinha 11 anos, a tradução foi feita por Monteiro Lobato e me lembro de que infelizmente, não gostei nada do livro. Huck Finn vivia perto do rio Mississipi com as tias e tinha um pai alcoólatra. O garoto tinha 11 anos e não sabia escrever direito, essas coisas são passadas no livro, as palavras são propositalmente escritas ortograficamente erradas, pois é contada em primeira pessoa. Claro que Huck queria estudar mais, porém, seu pai queria que ele trabalhasse na roça, como um escravinho, levando surras. Isso me revoltou (lembre-se da minha idade), eu ainda me lembro do diálogo entre pai e filho. Um querendo estudar e o outro dizendo que o estudo da vida era uma enxada nas mãos. O garoto forja sua própria morte. E foge numa jangada pelas águas do Mississipi.

Seu objetivo era encontrar um país dos Estados Unidos em que a escravidão já estivesse abolida e seu desejo aumenta ainda mais depois de encontrar seu amigo Jim, um escravo velho que fugiu da família porque sua dona disse que ia vendê-lo. Por causa desse personagem o livro é considerado racista. No original Huck o tratava como “nigger”, e Jim era bem mais ignorante do que o menino. Eles vão seguindo viagem para o lado Sul, uma vida nômade, sempre de noite para correr menos riscos e por esses caminhos encontram todos os tipos de caráter em personagens bons e ruins com eles.

Certo, não vou dizer os maus bocados que eles passam e nem vou contar o que aconteceu no fim. Mas digo que Huck mente, rouba, dissimula o tempo todo e a grande sacada do livro é essa: Será que vale a pena passar tudo isso por uma amizade? E o medo do inferno? São esses pensamentos que Huck expõe em sua narrativa. Hoje em dia você pode encontrar várias traduções dessa obra e recomendo não lerem essa do Monteiro Lobato, que em algumas partes não foi fiel ao original, deixa lacunas e uma leitura mais difícil, talvez isso fez com que eu não aproveitasse totalmente o livro e foi maçante pra mim. A melhor versão traduzida atualmente é a da Rosaura Eichenberg [a da capa desta postagem].



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3 comentários:

  1. Oi, Ana tudo bem. Desde de jovem quero ler este livro, já vi tantas versões para o cinema, mas nunca li.

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  2. A muito tempo quero ler esse livro, mas acabo dando prioridade a outros. Eu não sou uma fã da escrita do Monteiro Lobato, então com certeza vou seguir o seu conselho.

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  3. Nem sou fã de Monteiro Lobato, quando eu for ler vou seguir esse conselho.
    Gostei do enredo, ser escravo era muito sofrimento, mas escolher uma vida insegura cometendo erros para ser livre é um grande salto.

    boa tarde

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