Resenha: A Culpa é das Estrelas - John Green

Título: A culpa é das estrelas
Título original: The fault in our stars
Autor: John Green
Tradução: Renata Pettengill
Editora: Intrínseca
Páginas: 288

Antes de qualquer coisa, gostaria de dizer que este é um livro bastante singular, apesar de o tema já ter sido explorado várias vezes. O livro é muito bom, como dizem as várias resenhas por aí, e realmente merece elogios. Eu mesma devorei-o em dois dias. Se ainda está em dúvida, leia o post a seguir e eu tentarei acabar com elas (por mais que seja difícil falar sobre algo que a gente tenha gostado).

 Hazel é uma paciente terminal de 16 anos que tem câncer desde os 13. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante — o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos —, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas.

Eu comprei o livro, mas como eu sentia que não ia conseguir concluir nem a minha meta de leitura deste ano, fui deixando-o de lado e esperava lê-lo no início de 2013. Um pequeno imprevisto, porém, mudou isso. Uma ideia que poucos entenderam, decidi ler este livro enquanto fiquei internada durante alguns dias de novembro.

Mas A culpa é das estrelas me pegou desprevenida. É um livro sobre câncer, sim, mas de jeito nenhum é um livro sobre hospitais. E isso foi uma agradável surpresa.

O grande diferencial desse livro é justamente o local em que ele se passa: Um grupo de apoio, um shopping, uma viagem... Não é um livro sobre a morte de um paciente com câncer, é sobre a vida deles. Como é ter que aceitar o seu “conjunto limitado”, e lidar com os obstáculos conforme aparecem. Acima de tudo, mostra que, independente da situação, não existem apenas os dias ruins.

Os personagens são tão críveis, que chega a ser assustador. Eles têm sim os medos deles, mas eles também sabem usar um humor irônico e lutar para aproveitarem a vida que ainda lhes resta. Eles não deitam em uma cama de hospital e choram e esperam a morte. Eles desafiam a doença; eles vivem.

Então, se o que você quer é um livro sobre câncer – com nomes médicos, drama e muitas lágrimas – leia A guardiã da minha irmã, da Jodi Picoult (resenha em breve!). A culpa é das estrelas é um livro sobre os “efeitos de estar morrendo”. É um livro para reflexão, não para lágrimas (não, eu não chorei lendo). Este livro usa o sarcasmo para transformar duras realidades em algo leve de se ler. Claro, nem por isso deixa de ser triste. É um livro que te comove, mas que te faz querer repensar as coisas e aproveitar melhor o seu conjunto de números, fazer o seu infinito valer à pena.

O livro veio em um momento muito delicado e importante da minha vida (não apenas porque eu estava internada), então é um livro pelo qual eu tenho muito carinho. É um livro intenso e apaixonante, que você simplesmente precisa parar tudo o que está fazendo agora e ir comprar/ler. Sério, é um livro especial.

Então, para encerrar o post, deixo a citação (foi difícil escolher) que mais me marcou neste livro, e que faz um sentido absurdo:

Citação: “Parecia que tinha sido, tipo há uma eternidade, como se tivéssemos vivido uma breve, mas infinita eternidade. Alguns infinitos são maiores que outros.” (p. 210)

Nota: 10 | Avaliação: ★★★★★ (Ótimo) 

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