Prateleira de filmes: O Voo


Título: O Voo
Título original: Flight
Duração: 138 min
Ano de lançamento: 2012
País de origem: EUA
Direção: Robert Zemeckis (Náufrago e Forrest Gump, o Contador de Histórias)
Roteiro: John Gatins (Gigantes de Aço)
Elenco: Denzel Washington (O Gângster, Déjà Vu e O Livro de Eli), Kelly Reilly (Sherlock Holmes e Orgulho & Preconceito), Don Cheadle (Crash – No Limite e Reine Sobre Mim), John Goodman (O Artista, Argo e Os Flintstones), Bruce Greenwood (Eu, Robô e Déjà Vu)
Censura: +14
Whip (Denzel Washington) está separado de sua esposa e filho, é um experiente piloto da aviação comercial, mas tem sérios problemas com bebidas e drogas. Certo dia, ele acabou salvando a vida de diversas pessoas quando a aeronave que pilotava apresentou uma pane, mas sua frieza e conhecimento permitiu que uma aterrisagem praticamente impossível acontecesse. Agora, apesar de ser considerado um herói por muitos e contar com o apoio de amigos, ele se vê diante do jogo de empurra na busca pelos culpados da queda e das mortes ocorridas. É quando seus erros e escolhas do passado passam a ser decisivos para definir o que ele irá fazer de seu futuro.

Pode-se dizer que o filme é dividido em duas partes. A primeira e mais curta é a ação tensa e perturbante, típica de Denzel. Aviãozinho podre, hein! O restante do filme é um drama sem melodrama, em que a realidade dá um soco em nossos estômagos.

O filme traz ao pensamento coisas que nunca pensamos, ou que achamos que não precisamos pensar. Mexe com as hipocrisias e generalizações mais recônditas da sociedade, que nunca irá refletir ou mudar o que parece estar dando certo. A questão arbitrária do heroísmo, que exige um padrão de comportamento quase santo. E a questão do alcoolismo e uso de drogas. As duas questões, combinadas e em conflito entre si, fizeram um filme excelente. Pode-se ser herói sendo um alcoólatra? E um alcoólatra tem condições de ser um herói eficiente? No filme, o personagem de Denzel prova que, pelo menos daquela vez, eleconseguiu. Mas no decorrer do filme, ele se mostra tão instável que nos leva a pensar que ele poderia fazer uma merda antológica em algum momento. Ou não.

Os diálogos podiam ser mais densos, mas o filme fala quase por si só. E também há um clima de humor nas entrelinhas, atenuando o clima.Um humor sádico e irônico, mas humor – como na vida. A cena do corredor do hospital é incrível!

O envolvimento dos personagens principais é, como esperado, tumultuoso. Whip sabe que deve largar o vício, mas meio que não está nem aí. Nicole, ao que parece, tenta de todas as formas deixar as drogas. Entre essa paixão, ocorrem as investigações para apontar os culpados pelo acidente. E nesse sentido a trama também é muito boa.

A atuação de Kelly Reilly (atriz que eu não conhecia ou não me lembrava) é bem boa. E Denzel é Denzel. Acho que ele não precisa provar mais nada. Destaque também para John Goodman, o Fred dos Flintstones, e que faz seu iaba-daba-du como o, digamos assim, fornecedor das drogas. Hilário.

Bem, vocês podem assistir ao filme e não verem nada do que vi, mas para mim é um ótimo filme. Diferente dos outros filmes do Denzel Washington, O Voo é um filme mais “encorpado”, sem tanta ação mas com muita reflexão... ou eu estava particularmente reflexivo no dia que assisti? O fim do filme... bom, me decepcionou um pouco, mas foi o mais nobre para o personagem. A última cena deixa uma interrogação no ar, coisa que está na moda. O filme termina como se não tivesse um fim.

Nota: 8.5 | Avaliação ★★★★★



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About Unknown

1 comentários:

  1. Eu vi esse filme a muito tempo, estou tentando lembrar do final para saber pq você se decepcionou, mas não consigo.
    O que lembro é que gostei do filme e que fiquei bem indignada quando o ato de heroísmo dele foi questionado por ele não corresponder ao esteriótipo de herói.

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