Resenha: Ladrões de elite - Ally Carter



Título: Ladrões de elite
Título Original: Heist Society
Autor: Ally Carter
Tradução: Fabiano Morais
Editora: Arqueiro
Páginas: 231

De quando comprei até finalmente ler este livro, meu interesse já foi se perdendo. A sinopse é interessante, promissora até. Mas esse tipo de crime já não me atraem tanto desde que cheguei à conclusão de que eles são relativamente mais monótonos para construir um enredo. Entretanto, este livro teve uma quantidade considerável de pontos positivos – apesar de não ter mudado minha opinião – e cumpriu o que prometia.
Quando tinha 5 anos, Katarina Bishop distraiu os guardas da Torre de Londres para que o pai pudesse roubá-la. Aos 7, ela ouviu o tio Eddie planejar a interceptação de 80% do caviar do planeta. Quando fez 15 anos, Katarina armou um golpe por conta própria – um esquema para entrar no melhor colégio interno dos Estados Unidos e deixar para trás os negócios da família. Só que trocar de ‘ramo’ e ter uma vida normal acabou sendo mais difícil do que Kat esperava.Hale, seu amigo charmoso, bilionário e antigo comparsa, logo aparece para levá-la de volta à realidade da qual ela havia se esforçado tanto para fugir. Mas é por um bom motivo: uma inestimável coleção de arte de um temido mafioso foi roubada e ele quer recuperá-la, custe o que custar. Somente um mestre no crime poderia ter realizado essa proeza e o pai de Kat é o único suspeito, embora insista em negar qualquer envolvimento. Encurralado entre a Interpol e um inimigo assustador, ele precisa da ajuda da filha.Para Kat, só existe uma saída: encontrar os quadros e roubá-los de volta. Não importa se parece impossível, se ela não tem pistas do ladrão e se o prazo é de apenas duas semanas. Com uma equipe de adolescentes talentosos e uma mãozinha da sorte, Kat está determinada a realizar o maior golpe da história da família e provar que jamais a abandonou.
Às vezes, o problema é ter expectativas muito altas. Acho que foi o que ocorreu neste caso. O livro cumpre boa parte do que prometia, sim. Eu sinto que deveria destacar isso, antes de qualquer coisa. Ainda assim, eu queria e esperava ter gostado mais dele.

A escrita é simples, sem uso de muitas metáforas, porém, bem estruturada e linear. Além disso, gosto do fato de o livro ter um “contador regressivo” avisando quantos dias resta até o fim do prazo que Kat recebeu para recuperar as inestimáveis telas.

O fato de a heroína ser uma ladra é brilhante, devo dar isso a autora. Geralmente os personagens principais são perfeitos ou pobres coitados. Kat, não. Ela é inteligente, determinada, forte e, queira ou não, uma ladra – e das boas. Gostei bastante desse diferencial, dessa ousadia. Os personagens não têm muita dimensão, porém. Embora a maioria seja composta por adolescentes, não se fala muito sobre eles, sobre seus passados, etc. Isso me faz certa falta na hora de me conectar com a história.

Os cenários são variados, o que é divertido. Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália, Polônia... Enfim, acho isso muito bom, apesar de não ter me visualizado exatamente em nenhum dos lugares. Alguns, é claro, são melhores construídos e descritos do que outros. Em termos gerais, está bom – apenas bom.

No quesito romance, fiquei agradavelmente surpreendida até. É um pouco clichê, sim, mas afinal de contas, acho que todo romance acaba caindo um pouco no clichê, inevitavelmente. A questão, contudo, é que não é um romance tão forçado, aquela coisa que está óbvia desde a primeira página. Dá pra te deixar um pouco na dúvida, criar alguma expectativa e torcer.

Mas, a estrela principal desse show deveria ser a ação, então vamos nos focar nisso por algumas linhas. Quando se pensa em roubo, é inevitável pensar na ação. E ela obviamente existe, mas, no meu ponto de vista, não é tão marcante quanto poderia ter sido. Talvez pela situação, o roubo é feito de forma meticulosa, escondida, e não trás as perseguições, assassinatos ou enigmas que eu já me acostumei a ver em outras leituras. No todo, o roubo é bem elaborado – bem até demais, se considerarmos que os assaltantes são adolescentes que tiveram menos de duas semanas pra bolar o plano e derrubar um esquema de segurança avançada do melhor museu do mundo – mas fica aquela vontade de querer um “algo mais” (que me fez esticar a leitura que poderia ter sido feita em um dia ou dois dias, por quase uma semana).

Algo que achei bastante interessante, foi o fato de ter descoberto no texto de orelha que o livro é o primeiro de uma série. Mas a história foi concluída de forma que não torna a leitura dos volumes seguintes obrigatórias. A proposta desta história é encerrada e não ficam questões em aberto para serem respondidas depois. Achei isso simplesmente fantástico, porque normalmente, nós sabemos, não é assim que acontece.

Mas, confesso, apesar de não ter me maravilhado particularmente, fiquei interessada pela sinopse que li do segundo livro (lançado em Junho de 2011, USA) e acredito que posso acabar comprando-o também... Quem sabe?
Citação: “As pessoas vão a Las Vegas por vários motivos. Algumas querem ficar ricas. Outras, porque querem se casar. Existem também aquelas que desejam se perder e também as que desejam ser encontradas. Algumas estão correndo atrás de algo. Outras, fugindo. Kat sempre teve a impressão de que Vegas era um lugar em que todo mundo busca conseguir alguma coisa a troco de nada – uma cidade inteira de ladrões.” (P. 48)
Avaliação: ★★☆☆☆ (Razoável +)
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About Anna Laitano

3 comentários:

  1. quero ler esse livro a tempos, só que semre que eu vou comprar, não tem na loja e quando tem, falta dinheiro... Vida de pobre é difícil, sabia? E cada resenha que eu leio fico mais curiosa.. =\

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    Respostas
    1. Eu comprei numa livraria virtual, pelo que me lembro. Inclusive, uma vez vi em oferta e pensei em sortear aqui no blog, mas não lembro bem o motivo, acabei desistindo... Devem colocar nas livrarias quando a continuação vier, não se preocupe! :)

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  2. eu achava que esse livro seria legal, mas não me interessei tanto não.
    expectativas são ruins mesmo, não só no livros, mas em tudo
    o melhor é não ter nenhuma pois aí se for bom será uma boa surpresa e se for ruim a gente não se decepciona

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