Em poucas palavras: O que me faz pular




Livro: O que me faz pular
Autor: Naoki Higashida
Editora: Intrínseca

Naoki Higashida sofre de autismo severo. Com grande dificuldade de se comunicar verbalmente, o jovem aprendeu a se expressar apontando as letras em uma cartela de papelão, e, aos treze anos, realizou um feito extraordinário: escreveu um livro. Delicado, poético e profundamente íntimo, O que me faz pular traz uma nova luz para entendermos a mente autista. O jovem explica o comportamento muitas vezes desconcertante das pessoas com autismo e compartilha conosco suas percepções de tempo, vida, beleza e natureza, apresentadas em um relato e um conto inesquecível.


Caso você esteja se perguntando quem próximo a mim é autista, a resposta é: ninguém. Nunca conheci ninguém que tivesse autismo, mas, assim que vi esse livro soube que precisava lê-lo. Então, quando meu irmão ligou para mim de uma livraria, pedindo para que eu desse uma lista de até três livros para ele me presentear, não hesitei em responder "O que me faz pular", e outros dois que eu vinha desejando a algum tempo. Lendo a sinopse, ele achou a decisão estranha, mas comprou mesmo assim. Ao me entregar, ele perguntou por que escolhi esse título. Respondi apenas com um "por que não?". 

Em apenas uma noite, mergulhei no mundo do autismo e descobri através do simples formato de perguntas e respostas, mais sobre essa condição que até então me passava relativamente despercebida, provando que o livro de Naoki é uma adição valiosa à minha estante. Pois como David Mitchell aponta no prefácio, é fácil encontrar livros técnicos ou escritos da perspectiva dos familiares. Ajuda a entender melhor o problema? Sim. Dá algum tipo de consolo? Talvez. Porém, só alguém que passa por aquilo pode explicar determinadas ações e reações que tem. E embora eu não conheça ninguém com autismo agora, isso não significa que não conhecerei um dia. Acredito também que livros como esse deveriam ser lidos por todos, visando criar uma sociedade mais inclusiva. Nós temos dificuldades e rejeitamos o que não entendemos; se não sabemos como lidar, muitas vezes preferimos não lidar, ou acabamos fazendo algo ofensivo sem perceber. A partir do momento que você consegue entender os mecanismos de pensamento e motivos do outro, você é capaz de se colocar no lugar dele e ser mais paciente, receptivo e até mesmo mais amável. 

Um livro simples, que emocionará e ajudará diversas famílias, além de ser uma completa inspiração. Recomendo a leitura a todos!


   

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