Resenha: Marina - Carlos Ruiz Zafón



Título: Marina
Título Original: Marina
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Tradução: Eliana Aguiar
Editora: Suma das Letras
Páginas: 190

Após ter terminado de ler A sombra do vento, estava impaciente para ler outra obra do autor e, assim, comprei este livro, cuja capa já havia me atraído mesmo antes, com seu ar misterioso. Confesso que, novamente, esperava algo diferente do que encontrei, mas o talento do autor é inegável e durante os últimos capítulos do livro isso fica mais claro do que nunca.

Em maio de 1980, desapareci do mundo por uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro. (...) Uma semana depois, um policial à paisana teve a impressão de conhecer aquele garoto; a descrição batia. O suspeito vagava pela estação de Francia como uma alma penada numa catedral de ferro e névoa. O policial me abordou com um ar de romance de terror. Perguntou se meu nome era Óscar Drai e se era o rapaz que havia sumido sem deixar rastros do internato onde estudava. (...) Na época, não sabia que, cedo ou tarde, o oceano do tempo nos devolve as lembranças que enterramos nele. Quinze anos depois, a memória daquele dia voltou para mim. Vi aquele menino vagando entre as brumas da estação de Francia e o nome de Marina se acendeu de novo como uma ferida aberta.
Devo começar dizendo que faço das palavras do USA Today as minhas: “O talento visionário de Zafón para contar histórias é um gênero literário em si.”

O talento do autor novamente me surpreendeu. Embora eu ainda prefira A sombra do vento, não posso negar que a leitura desse livro foi profunda e fascinante.


Em Marina encontramos muitos dos elementos apaixonantes e típicos de Zafón: O mistério, as frases sábias e marcantes, descrições encantadoras dos cenários e personagens muito bem caracterizados.


Os personagens de Zafón me surpreendem com suas dimensões fascinantes. Não apenas por todos terem um passado, mas pela criatividade da história e tragédias dos mesmos, que me provocaram arrepios e cala-frios como nenhum livro nunca fizera até então. Tudo é muito original, em um cenário encantado que fazem o leitor sentir a intensidade da história na própria pele.


O romance novamente é suave e agradável, sem nada clichê ou forçado. Como já disse, me agrada muito o fato de que ele consiga escrever histórias tão brilhantes e cativar milhares de leitores sem nunca precisar recorrer a uma forma de amor idealizada ou inexistente.


A história é mais sombria, de fato. Em alguns momentos precisei me afastar da leitura pela intensidade de algumas cenas, mas os capítulos finais te deixam frenético e é simplesmente impossível soltar o livro. – Comecei a chorar desde a história do Príncipe dos Mendigos e não parei até o fim.


Para aqueles que se encantaram com outros livros do autor, vale muito à pena conferir este também!


Citação: “– Às vezes, as coisas mais reais só acontecem na imaginação, Óscar. – disse ela. – A gente só se lembra do que nunca aconteceu.” (P. 68)

Nota: 9.5 | Avaliação: ★★★★ (Ótimo)
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