Resenha: Encanto (Sereia #2) - Tricia Rayburn

Título: Encanto (Sereia #2)

Título Original: Undercurrent
Autor: Tricia Rayburn
Tradução: Fal Azevedo
Editora: Verus
Páginas: 320

O fato de eu não ter gostado muito da conclusão de Sereia, deveria ter feito com que eu não esperasse muito de sua continuação. Infelizmente, aconteceu o contrário e eu esperei que melhorasse. Frustrei-me ao descobrir que isso não aconteceu. Por quê? Vários motivos...

Nada tem sido normal na vida de Vanessa desde que ela descobriu que sua irmã foi morta pelas sereias – mulheres fatais das profundezas marinhas – e que tudo que sabia sobre sua família era falso.Seu namorado, Simon, sempre foi o porto seguro de Vanessa, mas agora ele está de volta à faculdade numa cidade distante, e ela acaba se envolvendo com o lindo e popular Parker, seu colega de escola. Repensando seu relacionamento com Simon e incerta sobre as intenções de Parker – e sobre as suas em relação a ele –, ela está mais perdida do que nunca.

Há muita coisa que eu gostaria de falar sobre o livro, mas, antes de mais nada, preciso fazer uma crítica: É necessário ter extremo cuidado com o que se coloca na contracapa do livro. Entendo que é difícil não dar um spoiler sobre o livro anterior, mas peço que me poupem de revelações importantes do livro que ainda vou ler! Porque, sim, há uma peça essencial na construção deste volume da série que é entregue de bandeja. Entendo que seja uma falha, mas, por favor, isso estraga a leitura.

Por outro lado, estão de parabéns na capa. A edição ficou muito melhor que a anterior, o que me alegrou (lembram que eu reclamei da capa do volume anterior?). Além disso, no quesito tradução, não lembro de ter achado erros. Mais um pontinho positivo, com certeza.

Mas eis que finalmente chegamos à história em si. Como eu disse desde o primeiro livro, adoro o fato de as sereias ainda ser um tema relativamente inexplorado atualmente (embora a quantidade de livros sobre o assunto venha crescendo muito desde o começo do ano, quando li Sereia). Também nunca escondi que gosto da forma como o mito é abordado. Agora que se transformou, Vanessa tenta cegamente descobrir como se manter viva, já que não tem nenhuma sereia para lhe ajudar. Além disso, os acontecimentos do verão anterior mexeram com os medos de Vanessa e ela se vê questionando o mundo ao seu redor, sem saber em quem confiar. Inclusive, por vezes, ela não confia nem em si própria, por conta de seus instintos.

O thriller-psicológico é bem construído, pois nunca sabemos o quanto Vanessa está vendo da verdade, ou o quanto é apenas um reflexo de seu psicológico abalado pelos acontecimentos do verão passado. E seria ainda mais interessante e envolvente se não fosse o furo da contracapa.

No quesito romance, Simon (que agora eu não acho mais tão idealizado, embora eu ainda o ache difícil de engolir) ganha um concorrente. Parker é um colega de sala de Vanessa, que mexe com sua estrutura, além de lhe dar algo que Simon não pode. 

Algo que voltou a me incomodar foi a narrativa da autora. Às vezes ela mudava bruscamente de um momento para outro e eu demorava pra entender o que estava acontecendo. Além disso, se eu havia ficado confusa com o desfecho do primeiro volume da série, quase quis jogar este livro pela janela ao chegar ao clímax. Confie em mim, é frustrante. Tudo acontece rápido demais, com explicação de menos.

Aliás, para mim, este livro foi muito “parado”. No sentido de que não acrescenta quase nada e, em se tratando de uma trilogia, supõe-se que o primeiro nos apresenta o tema e cria-se uma problemática que é continuada/agravada/etc no segundo e resolvida no último. Porém, aqui, só tivemos um pouco de ação no final. Ou seja, é um livro que não acrescenta muito à série.

De fato, estou decepcionada. Provavelmente comprarei o último volume, mas apenas por curiosidade e para completar a coleção. Diferente do primeiro, este eu ainda arrastei a leitura por semanas. Eu queria ter gostado, mas não deu. Infelizmente, não recomendo.

Citação: “E eu percebi que sempre tinha sido assim. As férias, as noites de jogos, os jantares em família. Tudo fora para nos distrair, para evitar que lidássemos com algo real. (...) para que houvesse menos tempo para preencher com mentiras.” (P. 137)

Nota: 4 | Avaliação: ★★☆☆☆ (Razoável)

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