Título: Morte e Vida de Charlie St. Cloud
Título Original: The death and life of Charlie St. Cloud
Autor: Ben Sherwood
Editora: Novo Conceito
Páginas: 304
No final de 2010, este era um dos livros que estavam no topo da minha lista e, portanto, acabei comprando-o na última semana do ano. Quando comecei a ler, me surpreendi com a leveza do livro. É uma leitura que te impulsiona – mas não de uma forma frenética – a virar as páginas. Eu simplesmente não tinha vontade de colocá-lo de lado. Era prazeroso de ler. Mas, sendo como sou, acabei deixando a leitura de lado durante as férias. Acabei retomando, por volta de fevereiro do ano seguinte, e novamente fiquei surpresa com a facilidade do autor em abordar o tema. Quando peguei o livro pela última vez, sequer pretendia terminá-lo, mas não resisti. E, após lágrimas e admiração, eis minha conclusão.
Em uma pacata vila de pescadores da Nova Inglaterra, Charlie St. Cloud cuida dos gramados e monumentos de um antigo cemitério onde seu irmão mais jovem, Sam, está enterrado. Após sobreviver ao acidente que tirou a vida de seu irmão, Charlie recebe o dom extraordinário: ele consegue enxergar, conversar e até mesmo brincar com o espírito de Sam. É neste mundo místico que entra Tess Caroll, uma cativante mulher treinando para navegar sozinha ao redor do mundo em um veleiro. O destino faz com que seu barco seja aparelhado por uma violenta tempestade, trazendo-a assim para a vida de Charlie. Sua beleza e incomum ligação os leva a uma corrida contra o tempo e a uma escolha entre a vida e a morte, entre o passado e o futuro, entre apegar-se ou deixar o passado para trás - e a descoberta de que milagres podem acontecer se nós simplesmente abrirmos nossos corações.
Repito: Ben Sherwood me surpreendeu. Apesar de o livro já ser consideravelmente comentado quando o comprei, a história é fascinante. Ficção, realidade, romance, pureza e conflitos, todos misturados em doses certas, formam esse livro. Há algo de único nesta história, pois acredito que mesmo que livros do mesmo tema sejam escritos, nenhum será tão leve e envolvente como este. Nada é o que realmente parece, como diz em um trecho já pro final do livro: "Nada havia mudado. Tudo havia mudado.", e é exatamente isso.
A forma como te induz a pensar sobre as segundas chances ou sobre as chances que você às vezes precisa aproveitar, são valiosas e me fizeram refletir um pouco. Além disso, as falas divertidas e teorias muito interessantes sobre o que existe entre o céu e a terra – entre a vida e a morte – encantará muitas pessoas. É muito bom ler um livro tão simples, tão leve, e ao mesmo tempo tão sensível e cativante. Recomendo o livro, principalmente para pessoas que ainda não superaram a perda de um ente querido, pois acredito que possa ajudar a ter uma visão que tornará as coisas mais suportáveis.
Os personagens também são satisfatoriamente desenvolvidos e podemos entendê-los. Os cenários são agradáveis e a “mitologia” foi bem explicada e desenvolvida. A escrita também é descomplicada e ainda assim tocante. E, tudo bem, o romance é um pouco forçado sim, talvez até seja clichê para algumas pessoas, mas não é um tema saturado e, em minha opinião, apesar de várias resenhas negativas que vejo por aí, está entre os meus favoritos e eu o recomendo!
Nota: 10 | Avaliação: ★★★★★ (Ótimo)
Narrativas fáceis sempre nos encantam, não é verdade? Acho isso muito importante para o desenvolvimento de um livro.
ResponderExcluirGostei muito da resenha, parabéns!
Um beijo,
Luara - Estante Vertical
Com certeza, Luara. A narração desse livro foi uma delícia de acompanhar, muito bom.
ExcluirObrigada pelo elogio.
Beijos!