Resenha: O Prisioneiro do Céu - Carlos Ruiz Zafón


Título: O prisioneiro do céu
Título Original: El prisionero del cielo
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Tradutor: Eliana Aguiar

Editora: Suma de letras
Páginas: 256

Comprei este livro na pré-venda, afinal, já havia sido conquistada por Zafón em meus dois contatos anteriores com o autor, e li assim que O Prisioneiro do Céu chegou para mim, o que, como podem imaginar, faz um tempinho. Conclui que com este autor, até o bom se torna muito bom... Vocês já vão entender o porquê.
Barcelona, 1957. Daniel Sempere e seu amigo Fermín, os heróis de A sombra do vento, estão de volta à aventura para enfrentar o maior desafio de suas vidas.
Logo quando tudo começava a dar certo para eles, um personagem inquietante visita a livraria de Sempere e ameaça revelar um terrível segredo que permanecia enterrado há duas décadas no fundo da memória da cidade. Ao descobrir a verdade, Daniel compreenderá que o destino o arrasta na direção de um confronto inevitável com a maior das sombras: aquela que cresce dentro dele.
Transbordando de intriga e emoção, O prisioneiro do céu é um romance em que as narrativas de A sombra do vento O jogo do anjo convergem e nos levam à resolução do enigma que se esconde no coração do Cemitério dos Livros Esquecidos.



O primeiro ponto que devo evidenciar, é o quanto adoro histórias paralelas que se convergem. Portanto, imagine minha alegria ao ver todos os livros de Zafón, até Marina, se você já tiver lido para poder perceber, se encontram em algum ponto desta história.

Porém, por mais fã que seja, tenho um compromisso com a verdade e não posso dizer que este livro foi tão arrebatador quando A sombra do vento ou mesmo Marina. A única coisa que o impede de ser mais morno, é a narrativa deliciosa de Zafón e seu dom para contar histórias e nos fazer acreditar e sentir junto com seus personagens. E neste ponto, ótimas notícias: nada mudou. Ele continua a ser possuidor de um estilo único e espetacular.

Neste livro os capítulo são curtos, com o livro dividido em cinco partes bastante proporcionais. O que, somado ao estilo já mencionado de Zafón, faz a leitura fluir rápida e incansavelmente. A diagramação está boa, embora sem nada particularmente chamativo, e não me lembro de ter encontrado erros na tradução.

A narrativa, tal qual em a A Sombra do Vento, se dá em boa parte através de flashbacks, narrando, desta vez, partes da estadia de Femín no castelo de Montjuic, quando foi preso erroneamente. Junto com seu grande amigo, agora mais maduro, Daniel Semprere, a encantadora e cativante dupla tentam resolver seus problemas, são mais internos do que externos neste livro, pois as aventuras se concentram mais em lembrar de um passado terrível e lidar com descobertas grandiosas. A crítica às guerras também ainda permanece, no humor (agora sombrio) de Fermín, até mais evidente do que antes, e confere mais alguns pontos ao livro.

Além disso, achei que apesar de a nota inicial dizer que os livros podem ser lidos em qualquer ordem, deveriam ser lidos respeitando uma ordem que facilite a leitura. Por exemplo, lendo primeiro A sombra do vento e O jogo do anjo (embora eu não tenha lido o último, também percebi, mas não entendi a fundo as referências a ele). Não é totalmente necessário, mas é uma dica que fará com que você entenda melhor algumas alusões.

De qualquer maneira, como já foi citado nesta resenha, Zafón possui um talento excepcional que será capaz de agradar até o mais exigente dos leitores. Leitura recomendada e muito importante para entender melhor o passado dos queridos personagens que já havíamos conhecido. Se você ainda não leu nenhum livro deste autor, não perca tempo, pois você não vai se arrepender.
Citação: – Às vezes a pessoa se cansa de fugir – disse Fermín. – O mundo é muito pequeno quando não se tem aonde ir. (p. 80)
Nota: 8 | Avaliação: ★★★★ (Muito bom



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About Anna Laitano

2 comentários:

  1. Oi, Anna, sou extremamente suspeita com relação a este autor. Zafón é o meu autor preferido na atualidade, tenho todos os livros dele pubicados em portuguÊs, mas pretendo adquirí-los em espanhol que é minha praia. A capacidade criativa dele sempre me emocionou e não há nenhum de seus livros que ache ruim. Nada do que disser sobre este e os outros livros será suficiente, o melhor para se entender é lê-los.

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    Respostas
    1. Verônica, somos duas! Inclusive, comprei "El princípe de la niebla", e estou esperando ansiosa que chegue. Dos em português tenho todos, mas ainda não li "O jogo do anjo", infelizmente... Mesmo assim, as palavras realmente faltam para descrever o talento dele.

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